(poema-resposta ao exercício dos alunos Ana Maria Fonseca, Beatriz Duarte, Mariana Mouzinho, Tiago Pignatelli, Sílvia Murteira, no preenchimento dos três espaços em branco de The Brief Wondrous Life of Oscar Wao)
Transforma o que perdeste lá atrás:
um rosto numa foto desmaiada
como o vazio num coração infantil
ou a brancura aflita onde aluíram
todos os nossos parentes índios
Preferimos todos uma mãe linda
a bailar nos limites da vida
do que uma mãe boa lá no céu.
Ou não? Quem te diz
que a tua mãe é um país pobre
gostaria de ter-te órfão.
Se te apontarem, pois, com la muerte
nas ventas, só tens de tentar
porque pode sempre acontecer
qualquer coisa, e o único que importa
é ser possível. Como esta energia
face à troça assassina, um disparo
diminuído pela luz da tua barriga
- acolhendo-te, lugar de onde já sabes
que vieste – sobrevivente e incrível.
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